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Mostrando postagens de 2014

O PREÇO DO LIVRO NO BRASIL

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Por: Mirtes Oliveira Como compradora de livros compulsiva assumida, já fazia um tempo que uma questão andava me incomodando: Por que, muitas vezes, sai mais barato comprar uma edição de luxo importada do que uma edição popular brasileira? Mesmo sabendo que tudo no Brasil é mais caro, decidi pesquisar para entender melhor como funciona o mercado editorial. Basicamente, dois tipos de custos influenciam o preço do livro: o custo fixo e o custo variável. O primeiro envolve a preparação, a organização e a edição. O segundo, gráfica e papel. Se a tiragem de uma edição for de 2.000 ou de 50.000, o custo fixo será o mesmo, portanto, quanto maior a tiragem, mais o custo fixo se diluirá e mais barato ficará o preço final do livro. E é isso o que faz o nosso livro sair mais caro, enquanto em alguns países a tiragem de uma primeira edição é de 10.000, ou 30.000, aqui, a tiragem média é de 2.000 exemplares. E isto se dá, simplesmente, porque compramos/vendemos poucos livros. Em um paí

BOOKTUBE: O CLUBE DO LIVRO DA INTERNET

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Por Mirtes Oliveira “Ana tinha amor pelos livros, poucos amigos e uma câmera. Os amigos de Ana jogavam videogame. Ana falava sobre livros para sua câmera e, com isto, ganhou um milhão de ‘amigos’ ao redor do mundo.” Essa é basicamente a história por trás de todo “vlogueiro literário”, ou “ booktuber ”, categoria que está tomando conta da rede e já conquistou os internautas brasileiros. O fenômeno aconteceu como uma reação em cadeia, cuja origem é desconhecida. É muito fácil ter um canal no YouTube , basta uma câmera (mesmo a mais simples), acesso à internet e algo a falar. Mas, o que destaca essa modalidade, é a motivação por trás dela: jovens que adoram ler, mas que não têm com quem compartilhar suas experiências de leitura. E essa facilidade de troca de ideias, que a internet nos proporciona, formou o território ideal para a reunião desses leitores solitários, troca que pode ser feita por escrito, nas postagens, ou através de vídeos, o que acaba impulsionando o surgimen

MACHADO DE ASSIS E A PROFECIA IDIOCRÁTICA

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Por Mirtes Oliveira     Com o intuito de incentivar a leitura das principais obras da literatura brasileira entre os nossos jovens, a escritora Patrícia Secco criou e desenvolveu um projeto que se encarregará tornar mais “fácil” a leitura dessas obras, por meio de uma “simplificação” de vocabulário e construções, nos textos originais. Segundo a matéria publicada pelo jornal Folha de São Paulo, o projeto aprovado pelo Ministério da Cultura, terá seus primeiros dois títulos publicados agora, no mês de junho: "O Alienista", de Machado de Assis (publicado originalmente em 1882), sairá em nova versão, juntamente com "A pata da gazela", de José de Alencar (publicado originalmente em 1870). A tiragem será de 600 mil copias que serão distribuídas gratuitamente pelo Instituto Brasil Leitor. "Entendo porque os jovens não gostam de Machado de Assis. Os livros dele têm cinco ou seis palavras que não entendem por frase." Diz Patrícia. "A ideia não é

WILLIAM SHAKESPEARE – 450 ANOS

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Imagem da minha antiga conta no Instagram Por Mirtes Oliveira William Shakespeare nasceu e morreu em mês de abril. O dramaturgo de Stratford-upon-Avon possuía uma capacidade, até hoje por ninguém superada, de desnudar a essência humana através das palavras. Fez isso de forma tão definitiva que, mais de quatrocentos anos depois de terem sido escritas, suas obras continuam a falar a todos os tipos de mentes, de qualquer lugar do mundo. Nelas, Shakespeare nos apresenta o melhor e o pior de nossa condição como o advogado mais honesto que jamais existiu, delegando a nós os julgamentos e conclusões. Shakespeare, invisível e até, creem alguns, impossível, permaneceu um enigma, como se tivesse passado pelo mundo apagando os rastros que deixava. O ator e diretor de cinema britânico Kenneth Branagh conta que, ao encenar ou dirigir uma peça shakespeariana, nada consegue encontrar que aponte as opiniões e intenções do autor, mas a atividade se torna para ele e para os colegas atores u

JULGANDO OS LIVROS PELAS CAPAS

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Por Mirtes Oliveira Se você é um leitor curioso como eu, deve ter observado, ao ver um filme de época ou ao visitar um sebo, por exemplo, que o estilo das capas dos livros varia de acordo com a época ou o tipo da edição. A capa surgiu com a função pura de proteger o miolo dos livros que, então, eram confeccionados à mão. Era feita de couro, tecido e, no caso de livros medievais luxuosos, poderia conter ouro, prata e jóias. Em 1798, Nicholas-Louis Robert patenteou uma invenção que converteu a fabricação de papel em uma indústria de produção em massa. No século XIX, com a produção mecânica do papel e o surgimento da prensa mecânica, houve uma diminuição dos custos para a produção do livro. Além desses fatores, a encadernação mecânica, que substituiu a encadernação manual, não apenas diminuiu os custos, mas aumentou a velocidade da produção. E assim os livros foram ficando mais baratos, o que fez surgir a necessidade de se desenvolver uma estratégia para que esse barateamento nã